quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Psicologia

A psicologia é uma coisa até interessante. Tanto que levou-a a cursar a faculdade. E que faculdade! Por que a exclamação? Você acha que é uma referência aos bons professores, às boas instalações etc etc etc? Não. Quando se está na faculdade, uma só coisa realmente importa: festar. Muito. E ela se lembrava de cada uma daquelas festas. Inclusive tinha a daquele dia à tarde, todo mundo se beijando ao ar livre e [trecho censurado para menores de 18 anos, e sendo o autor menor, sinto muito, vão ter de se contentar em saber só isso], mas, enfim, agora estava lá no consultório, ouvindo um cara. Que, por sinal, não parava de falar. O saco dessa profissão é isso: o povo gosta de falar. Essa, aliás, deve ser a atividade de que o ser humano mais gosta (depois do sexo, talvez, mas só em alguns casos). Basta observar qualquer reunião de pessoas. A conversa sempre prevalece. Não importa se aquele p.h.D em gestão empresarial de banheiros está falando, sempre alguém vai virar do lado e perguntar e aí, como foi o churrasco, a carne tava boa, e daqui a pouco nosso ilustre palestrante vai se ver falando apenas para a tia solteirona que está a fim dele. Mas voltando ao consultório, ela percebia que a boca de seu paciente se mexia sem parar. Obviamente, não ouvia nada. Naquele momento, seu cérebro concentrava-se em analisar as cortinas, será que não devia trocá-las, com um fundo musical de Ivete. De repente, o homem fechou a boca. Ela percebeu e, fazendo-se de desentendida, perguntou desculpe, mas você quer o quê, passando a impressão de que o pobre coitado pedira algo absurdo. E ele respondeu, quero que me diga o motivo para eu estar fazendo terapia. Putz! Aì ferrou legal. Esse era o tipo de paciente que faz um joguinho de gato e rato, incitando o psicólogo a descobrir o problema e solucioná-lo antes que ocorra um suicídio. Ela pediu-lhe que voltasse amanhã, pois o horário já tinha acabado. Despediram-se, e ela ficou lá. Seus colegas tinham comentado de casos parecidos, que acabaram tragicamente. Mas ela estava disposta a lutar. Passou a noite inteira lendo os livros da faculdade, engolindo-os quase. Se fosse Freud, diria que tinha alguma coisa a ver com a mãe, mas ela sentia algo além disso. Finalmente, o dia seguinte chegou. O paciente bateu na porta, ela abriu. Sentaram-se. Solenemente, ela ergueu a cabeça e disse: "Você faz terapia porque (tchan tchan tchan) eu preciso ganhar dinheiro".

P.S.: L'argent, toujours l'argent... (não entendeu põe no tradutor XD).

5 comentários:

Anônimo disse...

Woo-hooooo!
Cara.....muito bom! Estou realmente impressionado....você tem uma capacidade literária excelente. Adorei o Phd em gestão empresarial de banheiros(haha!), e o comentário de que Freud diria algo sobre a mãe dele....kkkkkkk(eu nem gosto muito desse austríaco doido mesmo!)

Très bien mon ami!!!
Hugo Lacerda (Divinópolis-MG)

Anônimo disse...

Muito bom!
Excelente história, e com um fundo verdadeiro...

Unknown disse...

AUHIAHUAHIUAHAIUHA

eu adorei! quero escrever igual a você

um beijo.


''esseblogjaexiste''

Nícholas Mendes disse...

muito muito bom.
teve influencia de mal secreto.
certeza.
eiaieuhauheuhauea
nas primeiras vezes que eu assisti não parava de sair poemas..
parabens

Fernando Neves - KroSS disse...

Há. Qndo vc falou de Freud eu fiquei excitado. Agora qnto a gramática, nada a comentar, tá perfeito. Ao contexto curti essa reflexão do fato de falarmos e talz... e da questão do Psicologo. Bom, em relação aos seus finais eu pensei que ela faria sexo com o k'ra. aIHAIAuiHAUIHAUI!!! Mas foi pego com algo mais frio ainda: "pr'eu ganhar dineiro". Sabe d+!

Hê!
Adoro esse verificador de palavras: "siachar".