sábado, 30 de agosto de 2008

Opressão

Sentia-se preso. Totalmente preso. A compressão em torno de si era total. Nunca queira passar por isso. É horrível não poder sair, não poder seguir seu próprio caminho, depender da boa vontade alheia para um dia ser alguma coisa na vida. Tudo que ele queria, tudo que ele mais desejava era uma chance para provar o fresco ar da liberdade. Porém não o deixavam. Tinha certeza de que, um dia, mostraria ao mundo seu valor. Maldito o dia em que ele se formou! Maldito aquele que lhe proporcionou essa existência ridícula, inexpressiva! Era comum passar por esses repentes de revolta. Quando estava se conformando, criando esperanças, algo o apertava ainda mais. Assim não dava! O duro é que não tinha pais que lhe consolassem, aliás, não tinha nada nesse mundo a não ser ele mesmo. E não adiantava procurar um culpado. Sabia que sua vida não passava disso. Porém, como é de praxe, depois de o personagem principal reclamar pra caramba, vem o momento da iluminação. Ele percebeu uma movimentação dentro de si. Chegava perto de entrar em verdadeira ebulição emocional. De repente, vê uma porta aberta, que o conduzirá para a vida com a qual sempre sonhou. Fora esse o momento que sempre pedira! Finalmente podia gritar, fazer barulho mesmo, ocupar todo o espaço ao seu redor. Assim constituíram-se seus doces segundos de glória. Sim, porque logo depois foi se dissipando, tornando-se cada vez mais diáfano, até sumir completamente. E assim terminou a história de um pobre e obstinado pum.

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