quarta-feira, 16 de julho de 2008

Fraqueza

O encontro estava bom. Ele discorrera sobre os mais variados assuntos, expusera seus lados mais distintos (com aquela ajudinha do uísque, claro). Então aconteceu. Aquilo que nunca poderia acontecer. Algo abominável para o ser humano. O silêncio. Sim, ninguém suporta o silêncio. É constrangedor. Simplesmente a ausência de palavras. Assim como a morte é a ausência da vida. Exatamente isso. O silêncio é a morte social. Indica que os vínculos entre as pessoas se romperam. Por mais forte que seja o sentimento, o silêncio engole-o, naufraga-o. Essa era sua visão. Ficou longos minutos naquele situação. Intermináveis minutos. As mãos começaram a suar. Anteveio a idéia do fracasso. Veio o tremor. Tinha raiva de si mesmo. Não conseguia nem manter uma conversa em pé. Depois começou a sentir insegurança. Abaixou a cabeça um instante. De onde tirar forças? Era um completo inútil. Deveria ter sido abortado. Pois não fazia isso agora? Abortava o encontro. Minava as chances de dar certo. E então, a única coisa pior que o silêncio apareceu. Uma lágrima. Solitária. Símbolo máximo da fragilidade. Conexão íntima da alma com o resto do mundo. Ergueu a cabeça. O rosto à sua frente permanecia inflexível. Imutável. E, lentamente, o espelho escorregou de suas mãos.

P.S: Desculpem a divagação, circunstâncias exigiram.
P.P.S.: Nícholas, acho que essa se parece com seu estilo.

Um comentário:

Nícholas Mendes disse...

Éééé cara..
o blog ta indo pra frente mais rápido do que eu imaginava...
muito boas as suas postagens,
realmente me ajudam,me fazem pensar....cara você escreve bem;parabens. E ah!,valeu pelo texto(levei aquilo como uma dedicatória).
parabens continue assim;afinal,você tem talento.